21 de mar. de 2012

Encontro do Século - CAP. 111



No capítulo anterior...
Beija pergunta por que Pedro ficou tão furioso ao vê-la abraçada com João
Ele demonstra ciúmes e os dois discutem
Beija consegue convencê-lo do real motivo do abraço
Envergonhado, o Príncipe pede perdão à amada
Beija condiciona o perdão a um pedido de desculpas a João

CAP. 111

PEDRO: Beija, sou um Príncipe, não posso sair por aí me humilhando para os súditos...
BEIJA: Mas humilhá-los você pode? Caluniá-los também?
PEDRO (resignado): Está bem, Beija, eu me desculpo com o Dr. João Carneiro de Mendonça.
BEIJA: Além do mais, o pedido de desculpas ficará apenas entre nós. Você não será desmoralizado por isso.
PEDRO: Mas saiba de uma coisa: não vejo com bons olhos esse camarada lhe rodeando. Sei muito bem quais são as intenções dele.
BEIJA: Quanto a isso, fique despreocupado, Pedro. João continuará sendo o que sempre foi para mim: um grande amigo. Se algum dia esta situação mudar, eu lhe aviso. E, agora, se me der licença, quero descansar.
PEDRO (desapontado): Mas Beija... Vim para passar a tarde e a noite contigo...
BEIJA: Não há mais clima para nada hoje, Pedro. Estou chateada com você, com tudo que aconteceu aqui... Prefiro que vá embora e volte outra hora.
PEDRO: Está bem. Respeito sua vontade. (e sai)

A escrava adentra a sala, reprovando a atitude da patroa.

SEVERINA: Sinhá...
BEIJA: Os homens devem ser tratados assim mesmo, Severina. Já são dominadores por natureza, se você esmorecer, eles tomam de conta. Não permitirei que homem nenhum mande na minha casa, nem mesmo Pedro...
SEVERINA: A Sinhá deve saber o que está fazendo...
BEIJA: Fique tranqüila. Conheço bem os homens.

Assim que a noite cai... As tavernas fervilham. Homens livres e escravos buscam na bebida e no jogo alívio para o estresse do dia e um pouco de diversão.

Já que a viagem à casa de Beija foi perdida, Pedro aproveita para se divertir num estabelecimento desses. Um guarda faz comentários com seu chefe.

GUARDA: Não dá pra entender Sua Alteza. O homem é um príncipe, pode ter tudo do bom e do melhor e gosta de se divertir no meio desse povão, dos bêbados, das raparigas...
CHEFE: Sua Alteza se considera um homem do povo. Ele é simples, humilde. Gosta de dizer sempre que é gente como qualquer um de nós...
GUARDA: Mas se fosse o senhor, chefe, gostaria de ficar no meio desse povão?
CHEFE: Pra ser sincero, não. Preferia os salões da corte, as belas donzelas, as comidas estrangeiras...
GUARDA: Eu também, chefe... Por isso que não entendo Sua Alteza...
CHEFE: Vai ver ele se cansou de tudo isso...

Mais tarde, ligeiramente bêbado, Pedro se diverte com as prostitutas, particularmente as mulatas. Muitos beijos, abraços, carícias...

De um canto do estabelecimento mal iluminado, escuro, Moisés e Josué a tudo observam com ar de admiração.

Continua amanhã...

Nenhum comentário:

Postar um comentário