16 de abr. de 2012

Encontro do Século - Cap. 133



No capítulo anterior...
Chalaça pergunta se Pedro se casaria com Beija
Ele responde que sim, mas não agora
Pedro prefere Beija à Arquiduquesa da Áustria
Beija conta a Josefa que sabe das traições de Pedro
E promete tirar proveito de seu relacionamento
Motta bate à porta de surpresa e quer falar com Beija

CAP. 133

Antes que Severina diga alguma coisa, a patroa se aproxima.

BEIJA: Pode deixar, Severina, eu mesma me entendo com o Dr. Motta.
SEVERINA: Nhá sim. (e se retira)
BEIJA: O que o senhor deseja, Dr. Motta? Já não basta todo o incômodo que me causou da última vez em que esteve aqui?
MOTTA: Ao invés de tratar-me com tanta formalidade, seria melhor se me convidasse a entrar.
BEIJA: Não creio que tenhamos nada para conversar. Tudo está bem resolvido entre nós.
MOTTA: Não penso assim. E aconselho a ouvir-me agora para não se arrepender depois.
BEIJA: Está bem, Motta. Mas seja breve, por favor.

Motta senta. Beija, impaciente, permanece de pé, sempre observando pela janela para não correr o risco de ser surpreendida como da última vez.

MOTTA: Beija, você sabe muito bem que não consigo resistir a atração que sinto por ti. Quando vim embora de Paracatu, meu maior objetivo era livrar-me dessa obsessão. Mas quis o destino que nossos caminhos se cruzassem aqui no Rio de Janeiro novamente...
BEIJA: Sim, esta parte da história toda eu já sei...
MOTTA: Morro de ciúmes quando a vejo nos braços do menino Pedro. Aliás, foi isso que sempre quis evitar desde o primeiro momento que surgiu o assunto Corte.
BEIJA: Então agora confessa que o que sempre te moveu era mesmo os ciúmes de Pedro?
MOTTA: Sim, confesso. Ora, Beija! Conheço Pedro desde o colo de D. Carlota Joaquina. Sempre soube que era um tremendo mulherengo. E sabia também que o dia em que ele botasse os olhos em você não descansaria enquanto não a possuísse. Mas a coisa foi ainda mais longe do que gostaria...
BEIJA: Motta, você tem de entender que o nosso caso ficou no passado. Nossas vidas seguiram outros rumos. Além do mais nunca te amei. Tudo que sempre senti por você foi ódio, desprezo... Não faz sentido vir aqui na minha casa fazer o discurso do mocinho apaixonado!
MOTTA: Sei de tudo isso, mas o coração tem lá suas razões. Não sei explicar porque a desejo tanto e porque sinto tanto ódio ao vê-la nos braços de outros...
BEIJA: Você tem a sua esposa, os seus filhos, vá viver para a sua família! Já passou da idade de ter aventuras, de viver perigosamente. Será que não entende isso?
MOTTA: Às vezes penso assim também. Perdizes me diz a mesma coisa. Mas não consigo me controlar...
BEIJA: Primeiro você quer me obrigar a ir embora do Rio de Janeiro, porque não suporta a idéia de me ver nos braços de um homem jovem. Depois vem fazer o discurso de homem apaixonado, mesmo sabendo que não o amo. Onde quer chegar, Motta?
MOTTA: Já que seu retorno a Minas não é possível, estou tentando encontrar uma solução que resolva os problemas de todos.
BEIJA (irritada): Problemas? Que problemas, Motta? Que tem problema aqui é você!
MOTTA: Vou direto ao ponto, Beija. Quero que volte a ser minha amante.

Continua amanhã...

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