3 de mai. de 2012

Encontro do Século - CAP. 148



No capítulo anterior...
Antonio Sampaio chega ao Rio e vê Beija e Motta juntos
Beija tem a sensação de conhecê-lo, mas não se lembra de onde
Desapontado, Antonio segue para a cidade, na intenção de procurá-la
Antonio vê Beija e Motta de braços dados no casamento da filha de Perdizes
Beija reclama de enjôos e Severina questiona se estaria grávida

CAP. 148

BEIJA (incrédula): Grávida? Não pode ser! Deus me livre e guarde! Esse meu corpo tão bonito, tão perfeito, redondo como uma melancia? Não! Não pode ser! Como vou explicar uma barriga na Corte, se nem casada sou?
SEVERINA: Acalme Sinhá... Primeiro é preciso confirmar se isso é verdade ou não... Vamos esperar mais alguns dias...
BEIJA: Demora muito, Severina, para se ter uma certeza?
SEVERINA: Algumas semanas, no máximo...
BEIJA: Ai, meu Deus! Isso não pode acontecer comigo...
SEVERINA: Veja o lado bom, Sinhá, uma criança dentro de uma casa é vida, é fonte de alegria... E ainda tem um detalhe: a Sinhá terá um filho do Príncipe, um futuro herdeiro de um trono... Isso não é pra qualquer uma...
BEIJA: Acha que Pedro gostaria de uma novidade dessas?
SEVERINA: Claro que sim. Se ele a ama de verdade ficará muito feliz.
BEIJA: Isso me conforta um pouco...

Dias depois, passeando pelos jardins do palácio...

D. CARLOTA: Desde a primeira vez que te vi, tinha certeza de que era uma das minhas. Pessoa boa, animada, disposta a viver a vida em toda sua plenitude.
BEIJA: Também me simpatizei muito com Vossa Majestade.
D. CARLOTA: Que seria dos meus encontros, de minhas escapadas, não fosse Beija para me dar cobertura?
BEIJA: Majestade, nem fale uma coisa dessas. D. João já não vai muito com a minha cara, se descobre que acoberto seus encontros com negros, ele manda me enforcar...
D. CARLOTA: Pra mim tu é a mulher perfeita pra casar com meu filho Pedro. Só o tonto daquele velho gordo que não enxerga isso. Só pensa em sangue azul, sangue azul. Dane-se o sangue azul! Gosto de sangue é vermelho, como o que corre na veia dos negros! Uh! E que sangue quente têm aqueles danados! Ui, me abana!
BEIJA: É uma pena, Majestade, nos damos tão bem, mas em breve terei de fazer uma viagem. Precisará encontrar alguém para ficar em meu lugar, de preferência logo...
D. CARLOTA: Não me diga isto, filha. Vai me dar este desgosto?
BEIJA: Infelizmente, sim, Majestade... Mas não fique triste. Ficarás em boas mãos.

Numa janela do segundo andar, Pedro e Chalaça observam a caminhada das duas pelo jardim.

PEDRO: Tenho achado Beija tão estranha ultimamente... Parece que está fugindo de mim. Alterna momentos de muita euforia e outros de tristeza... Às vezes sinto que quer me contar algo, mas lhe falta coragem.
CHALAÇA: Mulher é assim mesmo, Pedro, vai ver está naqueles dias...
PEDRO: Não é isso. Há algo mais sério. Já tentei puxar o fio da meada, mas Beija sempre se esquiva. Diz que não é nada, que estou preocupado à toa... Mas sinto que algo não está bem. Não sei se com ela ou entre nós... Ando muito desconfiado...

Duas semanas depois...

Pedro vai de surpresa à Chácara Cedro. Caminha pelo corredor ouvindo vozes que vêm do quarto. Incrédulo segue até lá para ver do que se trata. Para seu espanto, se depara com Beija e Motta, nus na cama, em pleno ato sexual.
PEDRO (enfurecido): Alguém pode me explicar o que significa isso?

Continua amanhã...

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