5 de mai. de 2012

Encontro do Século - CAP. 150



No capítulo anterior...
Numa visita surpresa à Chácara, Pedro flagra Beija e Motta na cama
Irado, o Príncipe ameaça matá-los, mas Beija pede para explicar-se
Ela conta que está sendo vítima de chantagem por parte de Motta
Beija conta toda sua história a Pedro, incluindo seu maior segredo
Revela que se prostituía em Paracatu para afrontar o Ouvidor
Motta pergunta a Pedro o que pretende fazer agora

CAP. 150

PEDRO: Com você, nada, Motta. Sei que é um protegido de meu pai. E qualquer coisa que tentasse seria barrada por ele. Mas vou lhe repetir: fique longe de Beija! E agora que tudo está esclarecido, não há mais motivo para sua presença aqui. Retire-se imediatamente!

Motta apanha suas coisas e sai. Beija chora baixinho sentada na cama.

PEDRO: Quanto a você, Beija, ainda não sei o que lhe dizer. Preciso esfriar a cabeça, pensar um pouco, para depois tomar uma decisão. Sou muito impulsivo e minhas decisões repentinas tendem a ser desastrosas.
BEIJA: Pedro, eu o amo. Tudo que fiz foi por medo de lhe perder... Tente entender a minha situação...
PEDRO: Por isso quero pensar, para tentar lhe compreender. Mas devo confessar que minha confiança ficou muito abalada. Tinha planos para nosso futuro. Estava disposto a brigar com meu pai, mesmo ele sendo totalmente contra meu casamento com uma mulher que não fosse de sangue azul, estava disposto a desafiá-lo, tudo em nome do nosso amor. Mas devo admitir que agora não estou tão seguro disso...
BEIJA: Está bem. Mas pense com carinho. Em tudo que vivemos e tudo que poderemos viver. Nosso amor é muito maior que essas pequenas adversidades.
PEDRO: Até mais ver, Beija. Volto a lhe procurar em breve com uma solução.

Horas depois, na Quinta da Boa Vista...

D. JOÃO: Pedrinho, Pedrinho, venha cá. Tenho notícias fresquinhas para ti.
PEDRO: O que houve, meu pai, de tão importante?
D. JOÃO: Está para atracar no porto do Rio de Janeiro, a qualquer momento, a embarcação que traz da Europa a menina Leopoldina, a sua noiva.
PEDRO: Noiva? Que noiva? Que história é essa?
D. JOÃO: Oras! Não lhe disse que havia mandado um mensageiro à Europa buscar uma noiva para ti? Pois bem, acabam de chegar ao Brasil...
PEDRO: Era só o que me faltava... Não disse que não penso em me casar agora?
D. JOÃO: Não estou perguntando se deseja ou não, Pedro. O casamento já está acertado em documentos entre mim e o Imperador Francisco, da Áustria. Só lhe resta cumprir o que foi determinado.
PEDRO: Está bem, meu pai, depois conversamos sobre isso. No momento não estou com cabeça pra nada.

Dias depois, na Rua do Ouvidor.

BEIJA: Pedro está magoado, eu sei, mas duvido que não mude de opinião quando souber que espero um filho dele... Quero lhe dar a notícia assim que botar os pés nessa casa...
SEVERINA: Qualquer homem vira um doce com uma notícia dessas, Sinhá. Se bem conheço D. Pedro, ele dará pulos de alegria.

Minutos mais tarde, bate à porta. Severina atende. É o príncipe.

PEDRO: Beija, não pretendo me alongar para não nos desgastar mais que o necessário.
BEIJA: Nossa, está tão formal... Isso não é típico da sua pessoa... Não me abraçou, não me beijou...
PEDRO: Pensei bastante sobre nós, sobre tudo que aconteceu e tomei uma decisão. No momento o casamento é a melhor solução.
BEIJA: Casamento, assim, de uma hora pra outra? Mas nem me preparei...
PEDRO: Vou me casar sim, Beija, mas não será com você. Vou me casar com D. Leopoldina, Arquiduquesa da Áustria.

Beija fica estarrecida.

Continua segunda-feira...

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