28 de mai. de 2012

Encontro do Século - CAP. 169



No capítulo anterior...
D. João nomeia Pedro como “Príncipe Regente do Brasil”
Em seguida parte com a família para Portugal
Alguns meses se passam e as relações entre Brasil e Portugal se complicam
Pedro se torna freqüentador da chácara de Beija
Ele a informa dos últimos acontecimentos e pede conselhos
Pedro anuncia ao povo que ficará no Brasil

CAP. 169

Terminado o discurso na sacada, Pedro volta para o salão, onde diversos assessores e pessoas mais próximas o aguardam. O príncipe os cumprimenta um a um e abraça Beija, com especial desvelo. Mas D. Leopoldina não gosta nem um pouco do que vê.

LEOPOLDINA: Não entendo o que esta mulher está fazendo aqui. Antes seus conchavos políticos eram tramados fora dos muros palacianos, agora traz esta sujeita para o meio de nossos salões, e ainda lhe dedica especial atenção.
PEDRO: Não seja ciumenta, Leopoldina. Beija é uma grande mulher, uma grande conselheira. Entende mais de política do que muitos dos meus assessores.
LEOPOLDINA: Pelo visto não só de política como de muitos outros assuntos mais, não é mesmo?
PEDRO: Está sendo implicante agora.
LEOPOLDINA: Não me sinto bem com a presença dela aqui. Todos sabem de seu ramo de negócio.
PEDRO: Por hora basta. Preciso dar atenção aos presentes.

O clima de euforia e comemoração domina todo aquele resto de dia e entra pela noite adentro.

Semanas depois as repercussões da decisão de D. Pedro começam a pipocar por diversas partes do território. Numa de suas visitas à Chácara Cedro, o assunto vem à tona.

PEDRO: Soube que há revoltas na província de São Paulo e Minas também exige a minha presença.
BEIJA: Acredito que seja prudente ir às Minas Gerais, pelo menos para agradecer o apoio que tem recebido.
PEDRO: Mas o que me preocupa mesmo são as revoltas de São Paulo. Não sei como, mas ainda há quem defenda a submissão a Portugal.
BEIJA: Vá a São Paulo também, oras. Você tem muitos contatos lá. Só precisa reunir algumas pessoas formadoras de opinião, para que abracem a sua causa. Um movimento é feito por líderes. Se convencê-los a lhe apoiar, dificilmente a massa ficará contra ti.
PEDRO: Tem razão. Estava relutando em fazer esta viagem, mas talvez tenha chegado o momento oportuno.

Pedro viaja até a província das Minas Gerais. Sua popularidade é atestada pela grande recepção que tem. Ali agradece o apoio recebido, participa de várias reuniões e segue para a província de São Paulo.

No caminho entre Santos e a cidade de São Paulo, Pedro descansa com sua comitiva às margens do Riacho Ipiranga. Um cavaleiro os alcança com cartas de José Bonifácio e D. Leopoldina lhe informando dos últimos acontecimentos. Portugal exige o retorno imediato do Príncipe a Lisboa e caso esta ordem não seja cumprida, o Brasil sofrerá uma ação militar.

Após ler, Pedro caminha de um lado para outro, pensativo, visivelmente nervoso, sem que nenhum dos presentes ouse perturbar-lhe o raciocínio. Ele puxa a espada da bainha e ergue, sob os olhares admirados de todos.

PEDRO: Independência ou morte! A partir deste momento estão rompidos todos os laços que nos uniam a Portugal! O Brasil agora é um país livre e independente! Ou isso, ou a guerra!

Continua amanhã...

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