19 de jul. de 2012

Encontro do Século - CAP. 214



No capítulo anterior...
Pedro pressiona o amigo para saber a verdade
Chalaça revela que Domitília e o Ten. Moraes têm um caso
Pedro e Beija conversam sobre a guerra na Cisplatina
O Imperador conta que está sendo traído por Domitília
Ao voltar da cidade Beija e seu escravo são atacados por um bando

CAP. 214

Josué tenta reagir, mas é desacordado a socos e pontapés. Beija é espancada impiedosamente, mesmo implorando a todos os santos por misericórdia.

Depois de muito machucada, bastante ensanguentada, cai desacordada no chão. Seu algoz joga o chicote de rabo de tatu sobre seu corpo inerte, satisfeito com o dever cumprido. Sorri cinicamente.

NEGRO: Com os cumprimentos da Marquesa de Santos.

Os capatazes fogem. Pouco depois outra charrete que vem pela estrada socorre Beija e Josué.

CHARRETEIRO: Meu Deus! É a Viscondessa de Araxá! Mas o que fizeram com ela? Quem a deixou nesse estado? Minha Nossa Senhora!

Enquanto isso, nos corredores da Quinta da Boa Vista...

CHALAÇA (falando baixo): Titília, precisa se afastar do tenente Moraes. D. Pedro está muito desconfiado.
DOMITÍLIA: Do que está falando, ficou doido?
CHALAÇA: Eu sei tudo. Não precisa ter segredos comigo. Mas fique esperta porque D. Pedro está de olho em vocês.

Corta para o quartel do Exército.

O jovem Augusto é preso e conduzido por dois soldados, com brutalidade, a uma cela individual. O Capitão acompanha tudo com indisfarçável satisfação e sarcasmo.

CAPITÃO (do lado de fora da cela): Falta de avisar não foi, soldado! Você foi devidamente alertado de que deveria mudar seu comportamento para evitar maiores problemas.
AUGUSTO: O senhor pode me prender, mas não pode calar meus pensamentos. A não ser que me mate. Sou um homem livre e posso pensar o que quiser.
CAPITÃO: Está me desafiando, soldado?
AUGUSTO: Não senhor, Capitão.
CAPITÃO: Então aproveite bem essa cela mofada e fria para pensar bastante. Pelo menos agora não poderá compartilhar seus malditos pensamentos com ninguém! (e sai)

Augusto chora amargamente.

Domitília passeia pelas baias do palácio, um pouco tensa e desconfiada.

TEN. MORAES: O que faz aqui, Titília? Que eu saiba não tem o menor interesse por cavalos...
DOMITÍLIA (falando baixo): Precisamos nos afastar um do outro. Pedro está desconfiado de nós. Mantenha distância de mim e só volte a me procurar quando eu autorizar, está bem?
TEN. MORAES: Entendido, Marquesa. Mas vou ficar morrendo de saudades...
DOMITÍLIA: Agora preciso ir, porque não posso ser vista aqui.

DOIS MESES DEPOIS...

Gabinete do Imperador, no Paço Imperial.

CHALAÇA: Há uma mulher aí fora querendo lhe falar. Disse que é muito importante e que não sai daqui enquanto não falar com o Imperador.
PEDRO: Quem é essa mulher? Você a conhece?
CHALAÇA: Disse que se chama Ana Stanhouse...
PEDRO: Ana Stanhouse... (tentando se lembrar) Quem é Ana Stanhouse?

Continua amanhã...

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